A meio do Outono, encontramos três homens num Sanatório para doentes com doenças respiratórias, nas montanhas. Na realidade, acaba por ser um lugar onde homens de famílias ricas e abastadas são deixados pela família. Existe ali um cemitério (testemunho físico daqueles que nunca chegaram a sair dali), um jardim e a floresta.
Durante o inverno, os homens – trata-se de um sanatório exclusivamente masculino – são obrigados pelas regras do local, estritamente mantidas por freiras, a permanecer dentro de casa. Durante temporadas aborrecem-se de morte naquele local e fantasiam bastante sobre a sua vida passada e futura longe dali. Quando o tempo melhora, podem finalmente passear pela floresta.
Paralelamente à melhoria do tempo, observamos a vida de Lena que, há varias semanas, caminha pela floresta em busca do seu marido que ela julga desaparecido, mas que rapidamente nos apercebemos que fugiu dela. Lena é destemida. Só essa coragem quase inumana explica que se tenha posto a caminho, no fim da gravidez, sem certezas, procurando o marido (Lucas) na montanha. Ao fim de várias semanas de estrada, desesperada, Lena irá tentar enforcar-se na floresta. Lena não quer pôr aquela criança no mundo sem um pai. Os três homens do sanatório irão salvá-la.
Os homens vão tomar conta desta rapariga e escondê-la numa estufa abandonada. Ao mesmo tempo, vão redescobrir a vida de que, lentamente, desistiram e vão redescobrir os seus próprios sentimentos, coragem e verdade. Desta forma, o verdadeiro carácter dos três homens e de Lena acaba por revelar-se para lá da superfície mais imediata. Ficamos a conhecer os seus segredos, as suas forças e as suas fraquezas.
texto José Luís Peixoto
encenação Marco Martins
dramaturgia Beatriz Batarda, Dinarte Branco, Gonçalo Waddington, Marco Martins e Nuno Lopes
com Beatriz Batarda, Dinarte Branco, Gonçalo Waddington e Nuno Lopes
música original e direcção musical Pedro Moreira
músicos Carla Simões (voz), Andreia Marques e Ana Isabel Dias (harpa), Luís Gomes e Ana Rita Pratas (clarinete baixo), Otto Pereira e Liviu Scripcar (violino), Paulo Pacheco (piano) e Pedro Moreira (saxofone)
cenografia João Mendes Ribeiro
figurino Adriana Molder
desenho de luz Nuno Meira
voz e elocução Luís Madureira
fotografia André Príncipe e José Frade
caracterização Sano de Perpesac
adereços Carlos Matos
projecto fundador do Arena Ensemble
produção São Luiz Teatro Municipal
classificação etária M/16
estreia 7 de Junho de 2007, São Luiz Teatro Municipal, Lisboa
apoios São Luiz Teatro Municipal e Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes
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