“Não há Deus, nunca houve Deus”
Athol Fugard
Athol Fugard é o autor sul-africano mais reconhecido em todo o mundo. Nasceu em 1932 e com The Blood Knot de 1961, que escreveu e dirigiu com um elenco de brancos e negros, cria uma nova fricção na história do Apartheid. A sua persistência e tenacidade haveriam de o tornar um símbolo da resistência artística em todo o mundo.
A peça fala-nos de dois irmãos que adiaram a responsabilidade de serem adultos, ao ponto de perderem a razão da sua existência. Agora, confrontados com a morte do pai, descobrem que não sabem viver com o outro, com o mundo, nem conseguem construir um futuro.
Somos convocados para ouvir as histórias de um passado familiar penoso, a história de um país sofrido pela guerra, pela desigualdade e pela miséria, a história da religião nas culturas de origem ocidental, a história de tantos irmãos que questionam a sua identidade quando se tornam órfãos.
“Cubo/ possível desenho de uma estrutura que contém o que resta dos farrapos de um passado e a desolação final.
Latas/ comprimido da carapaça de uma barraca.
Mesa da cozinha/ centro da vida ao qual Johnnie e Ester estão amarrados.
Tudo o resto vazio. Só escuridão onde se instala o medo, o desconhecido, o desconforto, as memórias nebulosas de um passado que se confunde com um pesadelo, a visita de fantasmas. Um espaço não realista, onde só a acção do pensamento entre as personagens é real e concreta no adiamento da tomada de responsabilidade. “
Beatriz Batarda
de Athol Fugard
tradução Jaime Salazar Sampaio
encenação Beatriz Batarda
com Catarina Lacerda e Dinarte Branco
cenografia e figurino Cristina Reis
desenho de luz José Nuno Lima
sonoplastia Sérgio Milhano
fotografia Bernardo Sassetti
voz e elocução Teresa Lima
coreografia de luta Sérgio Grilo
direcção de produção Nuno Pratas e Bernardo Vilhena
um projecto Arena Ensemble
produção Culturproject
classificação etária M/12
duração 2h30
estreia 6 de Maio de 2010, Teatro do Bairro, Lisboa
apoios Teatro da Cornucópia e Mistério da Cultura / Direcção-Geral das Artes
agradecimentos Luís Miguel Cintra
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